Prática também estreita os laços de afeto entre pais e filhos
Karina Matias
Há cerca de seis meses, Letícia Lucena Monaco, dois anos, ganhou prateleiras cheias de livros. Desde então, uma de suas brincadeiras preferidas é escolher um deles e pedir para que os pais leiam para ela.
“Como instalamos as prateleiras na parte de baixo da parede, ao alcance dela, ela começou a se interessar. Agora, sempre fala: ‘Mamãe, senta aqui, conta essa história’”, diz a nutricionista Camila Lucena, 37, mãe de Letícia. O preferido até agora é “Cinderela”. “Ela presta atenção, conta a história para as bonecas e interage. Ela fala: ‘Oi, Cinderela, não chora’. É muito bonitinho de ver”, comenta a mãe.
Para educadores, além de ser um momento prazeroso, o hábito de ler para a criança promove uma série de benefícios, como o desenvolvimento da criatividade, a imaginação e a ampliação de seu vocabulário.
Segundo Elaine Cristina Gomes, professora do curso de contador de histórias do Senac, os pais podem começar a prática ainda na gestação. “É uma forma de ambos estarem presentes. E o feto já vai reconhecendo as vozes deles, sentindo a reação da mãe à história.”
Para os bebês, os pais podem usar recursos visuais, a fim de entretê-los, enquanto narram a história. Depois dos dois anos, a criança já consegue entender os enredos. “A contação de histórias é uma prática milenar, que foi se perdendo, mas que vem sendo retomada agora. Há muitos pais e mães no curso que eu dou. É uma forma de se aproximar dos filhos, de olhar nos olhos deles, de observar as suas reações, de ver, por exemplo, o personagem que os emociona naquela trama”, revela Elaine .
Fonte: Folha